Aos 51 anos, Monica Lewinsky admite: "Não foi abuso, eu queria estar ali"

Monica Lewinsky, hoje com 51 anos, relembrou sua trajetória desde o escândalo envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, em entrevista recente à revista Rolling Stone. A ex-estagiária da Casa Branca afirmou que, após anos de exposição pública e sofrimento, finalmente encontrou a estabilidade que tanto buscava.
"Hoje, com 51 anos, penso que seria uma loucura ter um relacionamento com alguém de 24 anos", afirmou. Porém, também reconhece: "Sempre soube que não se tratava de abuso sexual, eu queria estar ali", mas admite que nunca teve plena percepção das consequências do caso.
Após a exposição do escândalo, ela tentou se justificar publicamente, mas sua participação na mídia apenas intensificou os ataques e a ridicularização. O sofrimento foi tão intenso que Lewinsky chegou a considerar o suicídio. "Achei que, se falasse, as pessoas entenderiam o meu lado", disse, admitindo que o efeito foi o oposto.
A virada aconteceu em 2010, quando Lewinsky soube do suicídio de um jovem americano vítima de cyberbullying. "Pensei: apesar de não estar prosperando, pelo menos sobrevivi", contou.
A partir daí, ela lançou o livro Vergonha e Sobrevivência, tornando-se um símbolo de resiliência e resistência à humilhação pública. O movimento MeToo também teve um impacto positivo em sua recuperação, pois trouxe uma nova geração que, segundo ela, "não sofreu a lavagem cerebral da mídia nos anos 90".
Embora ainda conviva com traumas do passado, Lewinsky afirmou que está focada na reconstrução de sua vida. "Estou fazendo meu trabalho de recuperação e, hoje, me sinto segura em relação ao meu passado e à pessoa que me tornei", concluiu.
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